01/11/2007

Ha

.
Sabe quando um rapazola classemediano passeia no carro do papai, acompanhado da namoradinha, e de súbito a cutuca (ela, debruçada na janela, armando uma satisfação solar pra que os de fora a notem), mostrando-a um sujeitinho esfarrapado, opaco e a pé, do qual riem – porque o descaso gratuito implica bem-estar – até o carro se desgovernar e esmagá-los contra um poste?
.
..
Pois então, sou este sujeitinho.

13 comentários:

Anônimo disse...

Quando a desgraça é alheia tá tudo bem,mas quando é conosco, com nassa família... Ha, muda de figura.
Vi vários acidentes em Brasília,não gostava daquele lance de platéia assitindo e esperando pra ver se o indivíduo vai morrer ou não! Eu saia fora na hora.
Abração.

Paulo Castro disse...

De "HA", pensei em "VANA".
Ou seja, a ode porno-escrota algo gostosa ( malecón ) do que a humanidade pode criar em termos de tudo dar muito errado.
Do texto, quase inédito mínimo teu, fica uma foto da foto, em que meu olhar ( culpa sua ) perverte: Quero ver essas três carnes misturadas, moídas, ossos um só, que ser que forma, que monstro monstra, morderá ? Ou será de passeatas com pinga segura ? Férias em Porto Mesmo ?
Beijos.
°

Samantha Abreu disse...

e conheço várias garotas, atrizes-médio-bustos que poderiam ser a garota debruçada.
Adoro esses textos rápidos.

beijos!

Laa Kybele: disse...

Pois então; tendo a ser a que corre e socorre, nunca achei graça, permitindo-me a angústia pelo sujeitinho, enquanto os outros assistem ao pequeno freak show inertes em suas carcaças.

Beijos.

Anônimo disse...

Se você é o responsável, cadê a prova?

Esse nanoconto permite várias leituras; a gente se sente intrigado porque, em uma delas, talvez a principal (e não a primeira e/ou a mais fácil), você é o responsável pelo acidente, de algum modo participou/causou, mas não há prova, a gente se perde, transita entre algo acima da hipótese (intenção de provocar a batida) e abaixo da culpabilidade (ausência de provas materiais, ou seja, formais e naturais).

Anônimo disse...

Pô, coisa sobrenatural, coisa de scanner...

Anônimo disse...

Meu querido, vc manda um esporro nas nossas ventas.
Gosto da condução, do ritmo. Das palavras bem colocadas, mesmo que as vezes eu não saiba bem o que significa. Mas aprendo sempre.
Continuemos a nos mordiscar feito "dípteros".
Smpr m przr

Anônimo disse...

Nossa, Cabeção... que trágico!
Minha sorte não precisar julgar isso. Coisa complicada... muitos já estiveram no papel de qualquer um dos tres e nada aconteceu! Agora, pq estes se ferraram, devem ser julgados com rigor?
Não... to fora. Meu dedo indicador não apontará para eles, pois os outros dedos estarão voltados para mim...
bjo,querido.
Dani R.W.

Ricardo Wagner Alves Borges disse...

Não entendi vosso parecer.

Assim como o Machadão, evito dizer tudo, pois prezo, acima de tudo, o efeito das lacunas textuais e sua capacidade de dizer algo além do que se pretendeu dizer ou calar.

Compete ao leitor decidir por qual interpretação convém se valer -- por isso há autores considerados eternos, porque o que eles abstiveram de narrar pode ser preenchido pelo olhar da posteridade, ou seja, as brechas continuam sendo preenchidas pelo novo e pela nova, circular e renovável idéia de novidade.

Atente-se à possibilidade de mais de uma leitura e sugestão alegórica (ficção que representa uma coisa para dar idéia de outra) permitidas lá.

Impossível determinar sobre quem incidiu a culpa/dolo -- porque não é possível determinar se houve responsabilidade e tampouco provar o envolvimento direto do protagonista (sujeitinho), um personagem, e não o autor.

Aquele microconto nos arma uma tenda hipotética, jamais nos protege com uma explicação definitiva.


Beijinho lenitivo.

Unknown disse...

Já dizia Drummond:
Eta vida besta, meu Deus!!!

Priscila Manhães disse...

Uau, um microconto teu é inédito pra mim.
Bem, você sabe que tem poderes sobrenaturais. Coitado do filhinho de papai.
Muitos beijo.

Priscila Manhães disse...

Faltou um 's', um motivo pra comentar mais uma vez.

Muitos beijos.

Anônimo disse...

Falastes tudo, amado.
O que esperas que eu diga?
Delete meu parecer equivocado, apesar de refletir uma forma de compreensão de leitor, não de autor. Pode serde leitor descuidado, superficial... sejá lá o que for... não deixa de ser um registro.
bjo, e obrigada pelo lenitivo... recebo de coração.

Dani R.W.