Aos restos imortais de Calíope
.
.
.
.
Acordasse com teu sorriso à minha fronte,
manteria a janela trancada,
abriria mão da luz solar.
(sucedendo estoutra sorte...)
Caso não despertasse contigo,
entrerrisonha, e no pique,
e gotejando útero afora,
gargalharia ao ver-te chorando, espremida,
pela janela, sangrando-te, até expelir o feto,
em meio à chuva graxenta, grossomolhada.
Acordado, flerto contigo, mademoiselle:
a ti (agora, diante de tua buceta tetanizada)
confiei uma fresta vasta
manteria a janela trancada,
abriria mão da luz solar.
(sucedendo estoutra sorte...)
Caso não despertasse contigo,
entrerrisonha, e no pique,
e gotejando útero afora,
gargalharia ao ver-te chorando, espremida,
pela janela, sangrando-te, até expelir o feto,
em meio à chuva graxenta, grossomolhada.
Acordado, flerto contigo, mademoiselle:
a ti (agora, diante de tua buceta tetanizada)
confiei uma fresta vasta
a qual não soube aproveitar,
pois – cá entre nós – mais ninguém,
além do hipotético intimismo*,
adentrar-me-ia.
Com licença:
vou dar à outra luz
que me obedeça
sem me sujar.
pois – cá entre nós – mais ninguém,
além do hipotético intimismo*,
adentrar-me-ia.
Com licença:
vou dar à outra luz
que me obedeça
sem me sujar.
.
____________
*O egoísmo configura, por excelência, a forma legítima de altruísmo, pois não há ninguém capaz de permanecer mais solícito em relação a mim do que eu próprio.