21/10/2008

Docere, Delectare, Movere

...antes de suicidar os inquilinos do saco, um neurônio-policial, sem cauda sequer calda, aborda-me, e impõe que devo acordar sobretudo gripado à beça. Some a isso agiotas afoitos lhe cobrando em público (nas calçadas enchicletadas do ensaboado Orkut), demônios maconheiros lhe censurando enquanto você enraba uma bíblia em voga. Some ainda a frustração por não efetuar inscrição no Ídolos. Saibam que canto demais: mulheres, homens, mulheres-homens, homens-mulheres, mulheres-mulheres, homens-homens, mulher-mulheres, homem-homens, mulheres-mulher, homens-homem. A propósito, execro, nos embalos da panfletagem de um Pound traficando seu etnocentrismo imperial-fascista: fadas, ninfetas, secretárias eletrônicas, fardadas, pin ups. Por quê?

Humpf. Às escâncaras, brinco de maldito. Bordo sonetos toscos, escandalosos e profanos. Satanás é um enrustido; Cristo anteviu o orgasmo de Sade. Sim. Caricaturizo a porra do Baudelaire. Sim. Grosseira e pretensiosamente. Não me furto a esse luxo-lixo. Limpo-me em qualquer currículo donde não consta o quesito: "blasfêmias publicadas". Um arrogante que se preza, um histriônico e perturbado imune à lobotomização da censura dita "democrática" escancara as pernas a fim de que lhe enfiem outras tantas pernas.

"Erre Dáblio, você pega pesado!" Claro. Quero eliminar o excesso-sac(r)ossanto de meu corpo-copo. Almejo uma conduta-monstro ecoada da masmorra lautreamontiana. Sou um da puta filho mais quente que a pica do Tinhoso quando no cume da puberdade – em tempos idos, áureos, Satanás e eu queimávamos a rosca com a irmã-gêmea de Cristo, clone de um fanzine mal-mimeografado. Anacronismo? Ora: temporalidade constitui subjetividade, isto é, a alma desumana vaga entre todos os mundos interiores, inclusive no inferno-verbo, empalada por um mesmo ponteiro grande-grosso. Quero chocar, checar, tchecar (este último, seqüela da penetração a seco por Che, a putinha-mor da lésbica aboinada, cujo nome de guerra é Fidel).

"Quanta revolta, Ricardo!" Compete a mim extrapolar o pluripolarizado. Obtive tal visão quando um ícone bizantino, em gesso-gesto, escondeu-se dentro de mim, temente pela canonização. Desde então, atribuo-me o encargo de afrontar frontes ditas desgraçadas – qual aquelas que amordaçaram um de meus livros, sob a alegação de que não estou preparado para encurrar o verbo. Concordei. 18:42. Sou masoquista (uma dentres muitas seqüelas de um catolicismo embrionário). Quantos não me tacharam de possesso tão-só porque não arrisquei um fist fucking com um demônio-médium incorporador de um padre pedófilo casado com aquele pastor ginófobo (lugares-comuns, "eu sei" elevado ao cubo).

Frustração minha tange o perfeccionismo da androginia-suicida. Aliás, suicídio se traveste de vida quando me reporto a dogmacídio. Vida é puta fedida que cobra para sofrer por um valor-eunuco. Suicídio está para pleonasmo assim como virtude está para maldição rentável. Suicídio é chilique modernoso de quem se anula antes de autorrasurar. Eis. Ex.

A gripe me golpeia com um catarro que me tosse para dentro. E o agiota aceita uma compota recheada com sêmen de Pio XII no 5º estado material. Os demônios-usuários mascam capim araxaense e perdoam o presente texto. Arnaldo Saccomani jura que não tenho talento para cantá-lo. Juan Evo Morales dificulta o acesso ao peido boliviano. Uma mulher-mulheres insta em casar comigo em pleno Sonico: novo drive-in cuja audiência cochicha enquanto o Orkut geme a estabilidade do gozo-coloratura precursor. Um espelho de rodoviária me asseverou que sou bonito, talentoso, e que o Diabo gosta de quiabo mas não de rimas. Sou. Ou. Quem se interessar por ____________ (grife Maldito®), escrepa-me! (do ianquês "scrap"). Quem não, não quem? Compare-o. Foda-me-se. Sorte de Hoje: Duas ressacas não ocupam a mesma taverna no Inferno.
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Texto chupado do Prepúcio.